Resumen Este artículo se pregunta sobre las relaciones entre los grandes comerciantes y el Cabildo de Cartagena durante los años comprendidos entre 1750 y 1810, cuestión pertinente en la medida en que el análisis de la información de archivos permite reconocer que fue a partir del último cuarto del siglo XVIII cuando aquellos mostraron un creciente deseo de controlar esa institución y se esforzaron en crear el Consulado de Comercio para defender sus intereses. Ese interés tenía como propósito aprovechar de mejor forma las oportunidades económicas que empezó a ofrecer la ciudad a partir del mayor número de habitantes; fortalecimiento de la economía local gracias a la inversión realizada en los sistemas defensivos de ciudad, y a que las políticas comerciales de la Corona mejoraron las oportunidades para el tráfico mercantil. Para ello se analiza, en primer lugar, la presencia de distintos sectores sociales en el Cabildo, las resistencias a ocupar esos cargos, y el predominio numérico de los regidores designados ("añales") por las autoridades superiores para ejercer el oficio por escasos años. En segundo lugar, se estudia a los comerciantes como un grupo sociocupacional específico, con sus conveniencias y rencillas internas, enfatizando en su continua renovación, sus vínculos con el comercio español, los privilegios que de ello devenían, y las resistencias de muchos a avecindarse en Cartagena, y, por tanto, los impedimentos aducidos para ejercer cargos en la Administración municipal. En tercer lugar, se presentan los factores que determinaron una creciente y mayoritaria presencia de los comerciantes en el Cabildo desde finales de los años 1770, hasta convertirlo en un bastión para la defensa de sus intereses frente a otras instituciones administrativas de la ciudad. Y, está la figura en el Cabildo de jóvenes abogados hijos de hombres de negocios en el Cabildo, quienes después de creado el Consulado de Comercio (1795), reforzaron el dominio de los traficantes sobre la ciudad permitiéndoles tener privilegios y enfrentar de mejor manera a los demás poderes.
Abstract This article analyzes the relation between the big merchants and the Cabildo of Cartagena during the years between 1750 and 1810. To answer this question we took into account the analysis of the archival information that allowed us to recognize that it was based on last quarter of the 18th century when merchants showed a growing interest in controlling the Cabildo and in creating institutions of power (Consulate of Commerce) to defend their interests and take better advantage of the economic opportunities that the city began to offer (growth in the number of inhabitants; strengthening of the economy, thanks to the money invested in the defensive systems of the city, since the commercial policies of the crown improved the opportunities for commercial traffic). For this, the presence of different social groups in the Cabildo, the resistance to occupy those positions, and the numerical predominance of the councilors designated (Annually) by the higher authorities to occupy the regidurías for a few years are analyzed. Secondly, to the merchants as a specific socio-occupational group, with their interests and internal conflicts, placing the emphasis on their continuous renewal, their links with Spanish commerce, the privileges that accrued from it, and the resistance to approach in Cartagena, and, therefore, impediments to positions in the municipal administration. Third, the factors that determined that the merchants made a growing and majority presence in the Cabildo since the late 1770s, making it a bastion for the defense of their interests against other city administration institutions. And, finally, the presence of young lawyers, sons of merchants in the Cabildo, which reinforced, with the help of the creation of the Consulate of Commerce (1795), the dominance of traffickers over the city, allowing them to have privileges and face other political, economic and social powers and in a best way.
Resumo Este artigo pergunta sobre as relações entre os grandes comerciantes e o Cabildo da Cartagena entre os anos 1750 e 1810. Esta questão é pertinente na medida em que a análise da informação arquivística permite reconhecer que, apartir do último quarto do século XVIII, quando os comerciantes demonstravam um crescente interesse pelo controle do Cabildo e pela criação de organismos de poder (Consulado do Comércio) para a defesa de seus interesses e aproveitar melhor as oportunidades econômicas que a cidade começava a oferecer (incremento no número de habitantes; fortalecimento da economia como resultado do investimento em dinheiro nos sistemas defensivos da cidade, e as políticas comerciais da coroa que melhoraram as oportunidades de tráfego comercial). Para isso, se analisa no primeiro lugar, a presença de diferentes setores sociais no Cabildo, a resistência para ocupar esses cargos, e a predominância numérica dos vereadores designados (anuais) pelas autoridades superiores para ocupar as regidurías por alguns anos. Em segundo lugar, aos comerciantes como um grupo sócio-ocupacional específico, com seus interesses e conflitos internos, se enfatiza na sua renovação contínua, seus vínculos com o comércio espanhol e os privilégios que daí derivam, as resistências para morar em Cartagena, e, portanto, os impedimentos para asumir cargos na administração municipal. Terceiro, os fatores que determinaram que os comerciantes fossem uma figura crescente e majoritária no Cabildo desde o final da década de 1770, tornando-o num reduto da defesa de seus interesses contra outras instituições de administração da cidade. Finalmente, a presença de jovens advogados, filhos de comerciantes no Cabildo, fato que reforçou, com a ajuda da criação do Consulado de Comércio (1795), o domínio dos traficantes sobre a cidade, permitindo-lhes ter privilégios e enfrentar melhor aos outros poderes.